domingo, 18 de outubro de 2009

Frágil figura

É difícil me erguer todos os dias.
Tentando colocar a espada na mão direita,
E com a esquerda pilar o inhame.
Amassando a fome, a dor, o desespero.
Afiando a luta, a coragem e a ousadia.
Meu pai, símbolo do meu ser ideal,
Passou por toda a África, a Grécia, a Ásia.
E desaguou nas terras do pau-brasil
Sendo ainda o mesmo guerreiro,
Valente, charmoso e dócil.
E eu, fotografia da sua alma,
Fico perdido nas gloriosas referências
Do meu ser mitológico.
Não sou sua espada erguida,
Nem o inhame amassado no pilão sagrado.
Sou muito mais uma frágil figura,
Quase como Dom Quixote
Querendo ser cavaleiro andante.
Ou o reflexo frágil que olhou narciso.
Ou o ultimo na fila antes do pequeno Arthur,
Que tentou e tentou livrar a grande Excalibur

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